Um brinde às amizades
- Laís Conter
- 26 de jul. de 2024
- 2 min de leitura

Minha mãe se divorciou nos anos 90. E eu lembro até hoje a cara das pessoas quando descobriam isso. Eu era criança. E lembro da cara de dó e pena que faziam pra mim.
Cresci achando que o divórcio era a pior coisa que poderia acontecer e que depois dele a pessoa ficaria sozinha pra sempre.
Porque, pelo que aprendi, pessoas divorciadas não tinham mais muitas chances no amor.
Também aprendi que sou independente e posso ficar sozinha se eu quiser, mas que a partir de certa idade, deixa de ser escolha.
Que quanto mais envelheço, menos valor no mercado de relacionamentos eu tenho. Menos atraente eu me torno.
Hoje, com 36 anos, eu me pego pensando nessas questões.
Sim, mesmo sendo uma mulher bem resolvida, que tem se achado mais bonita do que nunca e que não considera solteirice solidão, eu me pego pensando se vai ser assim pra sempre, ou se eu vou envelhecer e ninguém vai se interessar por mim mesmo. Que o tempo tá passando e minhas chances de me relacionar novamente tão acabando.
Ninguém tá imune. Ainda mais quem cresceu e passou a maior parte da vida ouvindo isso.
Que precisava cuidar do casamento, pra não acabar sozinha igual a mãe.
Mas ser solteira não é necessariamente ser sozinha. A gente tem essa ideia de que só uma relação amorosa vai nos trazer a completude que esperamos, e não é assim. Mas ó, tem amizades que fazem isso muito bem.
E esse texto é um agradecimento à todas as amizades que me fazem ser melhor, que me apoiam e ajudam e me pegam no colo quando eu mais preciso.
Mantenha seus amigos, mesmo numa relação. Eles são pra sempre.
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